Por que o Nubank se meteu a vender plano de celular?
- Guilherme Tavares
- Mar 17
- 2 min read
Em janeiro, o Nubank lançou um plano pré-pago de celular dentro do seu app, em parceria com a Claro, no modelo de receita compartilhada.
Nenhum bancão tradicional—tipo Itaú, Bradesco, Santander—jamais lançou algo assim.
🤔 O que o Nubank viu que os outros não viram?
Telecom é um dos setores que analisamos na Scala Capital, e sabemos que entrar nesse mercado é um desafio grande.
Mesmo usando a infraestrutura das grandes operadoras via formato MVNO (Mobile Virtual Network Operator), o Nubank terá complexidades operacionais e de suporte ao cliente, como:
- Cobranças indevidas e erros na contagem de dados móveis.
- Falta de sinal, problemas de portabilidade.
- Alto volume de reclamações – Segundo a Anatel, a Claro lidera as queixas entre planos pré-pagos.
🟣 O Nubank se destaca pela centralidade do cliente e atendimento impecável. Por que correr esse risco reputacional? E por que escolheu a Claro?
💰 Não é sobre celular, é sobre expansão no México
O objetivo não é apenas engajamento, retenção ou aumento de receita do cliente—mesmo que isso aconteça naturalmente.
A grande sacada? Uma aliança estratégica com Carlos Slim.
Lembrem-se: Carlos Slim é dono da Claro Brasil no Brasil e da Telcel no México—a maior operadora de celular mexicana, com 83 milhões de clientes.
Se o Nubank cair nas graças do bilionário, as portas para o México se abrem mais facilmente.
🇲🇽 E por que o México é estratégico?
- Quando comparada na mesma base de maturidade, a operação mexicana cresce mais rápido e com um nível de receita por cliente 50% maior que a brasileira.
- Ou seja: após o Nubank ter alcançado 105 milhões de clientes, o México pode ser o maior motor de crescimento para justificar as ações gordas.

E você, acha que o Nubank acertou nesse movimento?
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